System1 usa machine learning para analisar redes maiores de atividades cerebrais ligadas à esquizofrenia, epilepsia e outros distúrbios.
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A combinação da ciência de dados com “cérebros em miniatura” e automação robótica podem, em um futuro próximo, serem fundamentais para o tratamento de doenças neurológicas. No Vale do Silício, a startup System1 desenvolveu o órgão a partir de células-tronco de pacientes com autismo, epilepsia e esquizofrenia, e conseguiu um investimento de US$ 25 milhões. Espera-se que os “mini cérebros”, mais precisamente chamados de organoides cerebrais - ajudem pesquisadores no combate e tratamento das doenças com novos medicamentos. Na prática, as células são estimuladas e se transformam em modelos 3D embrionários do cérebro humano. E por que isso é tão importante? Tradicionalmente na neurociência, os desenvolvedores de medicamentos se concentram em moléculas ou células específicas que acreditam desempenhar um papel principal na doença. Porém, a startup está aumentando a superfície de estudos, analisando redes maiores de atividades cerebrais que podem estar ligadas, por exemplo, aos momentos de esquecimento da esquizofrenia ou às convulsões comuns na epilepsia. Os medicamentos mais populares para a esquizofrenia, por exemplo, têm como alvo a dopamina - uma molécula que acredita-se ter um papel fundamental na memória e no prazer. Porém, o medicamento não é eficiente, já que muitos dos sintomas, como alucinações e perda de memória, podem ser o resultado de um conjunto de problemas no cérebro. “A tradicional abordagem de descoberta de medicamentos baseada em alvos está quebrada”, disse Sean Escola, co-fundador e CEO da startup, em entrevista ao Business Insider. A ideia de que existam sistemas doentes, ao invés de moléculas ou células, passou a ser estudada recentemente. Por isso, gigantes farmacêuticas já estão focando nisso. Em outubro, por exemplo, a Pfizer anunciou sua divisão cerebral ao lançar a Cerevel Therapeutics, focada no desenvolvimento de medicamentos para tratar distúrbios do sistema nervoso. Na rodada de investimentos da System1 estiveram presentes grandes nomes como Pfizer Venture, o braço de investimento da farmacêutica, a CRV e a Longevity Fund. A startup pretende explorar os “mini cérebros” em busca de sinais de doenças que podem acontecer em diferentes níveis. A System1 já está usando o investimento para aumentar o número de organoides cerebrais e estudá-los com ajuda de um software alimentado por machine learning. Eles esperam acabar com vários dos que Escola chama de "fenótipos profundos", ou características de doenças que podem ser vistas através de sistemas inteiros de atividades. Além da System1, outras startups também estão trabalhando no desenvolvimento de medicamentos mais eficientes. A InSilico, de Baltimore, está usando deep learning para avaliar dados sobre genoma, epigenoma e níveis do microbioma. Já a Numerate, do Vale do Silício, está usando machine learning para otimizar a descoberta de medicamentos e prever efeitos colaterais.
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Fonte: StartSe