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Como a Safira está reinventando o seu negócio


Uma das principais comercializadoras de energia do Brasil, a empresa decidiu investir em novos negócios e criou a sua própria aceleradora de startups.

Ocupando desde 2008 o cargo de diretor executivo na Safira Energia, uma das principais comercializadoras e consultorias em análises, estratégias e soluções para o setor energético do Brasil, Mikio Kawai resolveu que era hora de abrir a mente, se aproximando de um novo ecossistema que estava crescendo no país: o de startups. Para isso, foi para o Vale do Silício com a StartSe, em fevereiro deste ano. “Decidi ficar imerso nesse mundo para me inspirar e entender um pouco mais sobre essas novas empresas. Lá, fui apresentado à esse universo e conheci a dinâmica de uma startup”, explica Kawai.

O executivo conheceu empresas, teve contato com empreendedores e participou de palestras sobre inovação e tecnologia. Assim, abriu a mente e pôde dar início à um novo projeto na companhia: o Safira Inovação, um programa de conexão com startups. A princípio, decidiu buscar startups ligadas ao mundo de energia. O objetivo era trazer para dentro da empresa a inovação que já estava acontecendo fora do Brasil.

Na prática

Para Victor Camargo, analista de comunicação da Safira, a iniciativa marcou o início de uma jornada de inovação da empresa. “Hoje em dia tudo está acontecendo muito rápido, e ter o contato com as startups se tornou um diferencial. Percebemos que outras companhias do nosso setor tinham poucas iniciativas de inovação. Se fossemos pioneiros nisso, poderíamos ter uma vantagem competitiva”, explica.

O programa foi estruturado em três fases. A primeira delas foi o screening. Durante um mês, startups de todo o Brasil puderam conhecer o Safira Inovação e inscrever suas soluções. Após esse período, a companhia realizou, junto à StartSe, uma seleção daquelas que mais se encaixavam com a estratégia de inovação e necessidade da empresa.

Ao todo, 12 startups foram selecionadas para o pitch day, fase em que as empresas apresentam suas soluções para uma banca avaliadora. “Neste dia, selecionamos duas startups que tinham muita sinergia com a companhia para receber um investimento e consolidar uma parceria”, conta Camargo. Segundo o executivo, a inovação e escalabilidade foram os dois principais critérios de avaliação. Assim nasceu a parceria entre a Safira, a Enercred e a Fohat.

Energia limpa

A primeira startup selecionada, a Enercred, foi fundada em 2015, para ajudar consumidores residenciais que querem reduzir os gastos de sua conta de luz utilizando energia renovável. “Conectamos uma usina de energia limpa com o cliente residencial. Começamos com energia solar, com um projeto piloto de uma usina no sul de Minas Gerais”, conta José Otávio Bustamante, CEO da startup.

A Enercred tem como modelo de negócio a geração de energia compartilhada. Um grupo de consumidores reunidos em uma cooperativa ou consórcio dividem entre si os créditos de energia gerados por uma usina de micro ou minigeração. Na prática, o cliente não precisa instalar nenhum equipamento. Basta ter uma conta de luz em seu nome, preencher o cadastro na plataforma, integralizar uma cota de participação e alugar um percentual de uma usina.

Essa usina injeta energia na rede elétrica, que se transforma em créditos medidos em kWh. Então, a distribuidora é informada anteriormente para descontar esses valores das contas dos clientes cadastrados. Isso ajuda a suprir parte da demanda que a concessionária tem e a reduzir a necessidade por energia poluente de usinas termelétricas a carvão e petróleo que são muito acionadas em períodos de estiagem. “Com a usina compartilhada, clientes que moram em apartamentos ou que não tem condições de instalar um sistema solar podem usar essa energia limpa”, explica Bustamante.

Assim como Kawai, o CEO da Enercred também visitou o maior pólo de inovação do mundo com a StartSe. “Em 2017, vencemos um programa de aceleração e ganhamos uma viagem para o Vale do Silício. Foi muito enriquecedor ter o contato direto com esse ecossistema de inovação”, conta Bustamante. Em contato com outros profissionais, o CEO encontrou aquele que seria futuramente o diretor de tecnologia da startup. “Nos conhecemos lá e tivemos uma sinergia muito grande. Trouxemos ele para aprimorar nossa sistema, com uma arquitetura em nuvem, para que a Enercred pudesse crescer ainda mais”, explica Bustamante.

Em paralelo a isso, o empreendedor fez sua inscrição para o Safira Inovação e foi selecionado para receber o investimento. “Os executivos da companhia visitaram nossa estrutura em Minas Gerais, viram sinergia com nosso modelo de negócio e resolveram investir no projeto”, conta o CEO.

O dinheiro será destinado à expansão da startup - abrindo as portas para outras fontes de energia. “Além do investimento em si, temos uma abertura muito boa para aprender com a Safira. Hoje, já estamos estudando o uso da fonte de biogás”, explica Bustamante. Segundo o empreendedor, o objetivo é conquistar ainda mais clientes e tornar o sistema mais robusto.

Redes compartilhadas

A Fohat, segunda startup escolhida pela Safira, nasceu a partir da ideia de trabalhar com uma micro-rede de energia. “Ela é uma espécie de ilha que opera junto com a distribuidora usando recursos dos próprios usuários. Caso a rede principal seja suspensa, ela continua funcionando”, explica Igor Ferreira, fundador da startup. Por exemplo: em um condomínio de casas, os moradores podem ter painéis solares, veículos elétricos ou outros geradores de energia. A micro-rede tem a capacidade de usar esses recursos para criar um sistema interno.

Assim, os clientes passam a integrar uma rede contribuindo com seus ativos e recebendo créditos para abater no consumo, que atualmente ainda é muito centralizado. Hoje, a energia é distribuída por longas distância até chegar nos centros de carga. O processo gera cerca de 17% de perda de toda a energia gerada, criando ineficiências e grandes custos. Neste cenário, as micro-redes melhoram a qualidade e o acesso à energia, permitindo que ela se torne mais estável para continuar operando.

Para validar o conceito, Ferreira também visitou o Vale do Silício com a StartSe. Lá, o empreendedor apresentou sua ideia em um pitch day, garantiu o terceiro lugar na competição e consolidou  de vez o projeto. “Desde que voltei para São Paulo, planejamos como usar a tecnologia blockchain dentro dessas micro-redes e estamos moldando como comercializar a energia dentro delas”, conta Ferreira. Foi então que a Safira entrou com um investimento para aliar a solução da startup com o conhecimento e modelo de negócio da companhia. “Estamos trabalhando em um conceito nunca visto no Brasil em um setor está passando por uma grande transformação”, diz Ferreira.

Safira Labs

Com os investimentos nas startups, os resultados logo apareceram. “As empresas selecionadas já estão interagindo com várias áreas da Safira, inclusive com as de suporte ao negócio. Há uma sinergia muito grande com a companhia. Conseguimos abrir a mente e respirar novos ares”, ressalta Kawai. A conexão com o ecossistema foi tão intensa que a empresa decidiu criar sua própria aceleradora em São Paulo - um espaço com mentores e troca de conhecimento.

Aliado a isso, a companhia lançou o Safira Labs, seu novo programa de conexão com startups. O projeto tem o objetivo de criar e apoiar o desenvolvimento das empresas, auxiliando empreendedores em estágio inicial na validação de soluções. As startups selecionadas terão acesso ao espaço de aceleração da companhia e ganharão uma viagem para o Vale do Silício. “Além de startups de energia, poderão participar fintechs, lawtechs e outras empresas que tenham sinergia com a Safira", diz o executivo.

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Fonte: StartSE

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