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Foto do escritorDiego Rubiño

Uber da aviação executiva, startup brasileira expande serviço e atrai investimentos


Liderada por um polonês que “parou” no Brasil, Flapper permite aluguel de assento em jatinho em poucos minutos.

A moda do transporte via aplicativo pegou. E, além dos carros, das bicicletas e dos patinetes, começa a crescer o mercado de aviões executivos. Quatro empreendedores que investiram nessa ideia agora criaram a startup Flapper, que permite a reserva de assentos nos aivões via aplicativo, e já encontram bons resultados na operação.

A ideia do "Uber da aviação executiva" foi concebida em 2016 por Arthur Vizin, Iago Senefonte eWilliam Oliveira, três colegas de trabalho da fintech russa Qiwi, e botada em prática com o convite a um quarto membro: Paul Malicki.

Ele é polonês e está no Brasil desde 2013. Veio atuar a princípio como chefe de marketing da Easy Taxi e foi chamado para ser sócio e CEO da Flapper. Além da possibilidade de investir recursos próprios no desenvolvimento do projeto, uniu os quatro executivos a percepção de que o mercado aéreo brasileiro, de enorme potencial, ainda é pouco explorado – sobretudo nos voos privados, segundo eles. “É muito difícil achar serviços de qualidade por aqui. Ou até mesmo assentos de primeira casse. O Brasil tem 2450 aeroportos, e apenas 121 têm linhas regulares de táxi aéreo”, diz Malicki. Assim como nos aplicativos de mobilidade urbana, na Flapper, o usuário seleciona rapidamente origem e destino, além da forma de pagamento. E como acontece em aplicativos de carros, nenhum avião do serviço pertence à Flapper – eles são fretados pela startup de serviços de táxi aéreos.

Uma diferença entre a Flapper e apps "terrestres" é a necessidade de o cliente definir um horário e o número de assentos que serão usados. Por enquanto, estão disponíveis apenas trechos envolvendo a cidade de São Paulo e três municípios no Rio de Janeiro – a própria capital fluminense, Paraty e Angra dos Reis. Mas a startup, que acaba de comemorar a marca de 100 mil downloads de seu aplicativo, já está para iniciar operação também em Belo Horizonte.

Há também a possibilidade do aluguel do próprio avião ou helicóptero para uso exclusivo. Assim, mesmo quem não é operador de taxi aéreo pode disponibilizar sua aeronave no aplicativo para terceiros utilizarem. Nesse caso, no entanto, é feita apenas uma cotação dos valores, com base na origem e no destino selecionados. Os desafios

Apesar de estar trabalhando em um mercado de grande complexidade e dependente de um público de alto poder aquisitivo, a Flapper atraiu o interesse de investidores que enxergaram potencial no negócio.

A aceleradora ACE foi a primeira a injetar recursos na empresa, e, no meio do ano passado, foi a vez da gestora brasileira Confrapar e do fundo de venture capital Travel Capitalist Ventures liderarem uma rodada de investimentos de R$ 3 milhões. Isso porque, apesar do serviço ser elitizado, há um grande público a ser captado. Mais precisamente 2,7 milhões de brasileiros, segundo a estimativa feita pela empresa. Apesar de haver oferta, Malicki afirma que é possível reduzir os preços nas chamadas “pernas vazias”, que ocorrem quando o avião vai a um destino e volta vazio para a sua base. Neste caso, a Flapper oferece trechos com até 50% de desconto – que são esgotados rapidamente, diz o CEO. Assim, a viagem entre São Paulo e Angra dos Reis pode acontecer por cerca de R$ 300, dependendo do modelo de aeronave disponível.

Desafios

De acordo com Malicki, um dos desafios de sua startup é mostrar que os aviões utilizados pela Flapper são seguros. “Os clientes não sabem a diferença entre os modelos de aviões. Temos que mostrar que o serviço não apenas é seguro, mas que voa para um destino que seria difícil chegar com rapidez e conforto de outra forma”, diz o empreendedor.

São 155 as aeronaves integradas ao app, todas certificadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Com esse trabalho de convencimento ainda em progresso, a rentabilidade da operação é outro desafio, já que a Flapper freta os voos e então comercializa os assentos separadamente. Apesar disso, a companhia vem conseguindo lotar algumas rotas, como o da rota São Paulo-Angra dos Reis. “Temos taxa de aproveitamento de assentos de 90% nesse trecho”, diz. Em outros, como entre as capitais carioca e paulista, a competição com ponte aérea faz com que a operação não seja rentável, afirma Malicki. Em 2018, a Flapper transportou 4 mil passageiros. A empresa não abre seu faturamento, mas diz que seu serviço movimentou, no ano passado, R$ 7 milhões em toda a cadeia envolvida. Futuro

Há quase seis anos atuando no Brasil, Malicki tem a experiência de ter sido conselheiro de empresas de tecnologia como Mastercard e Farfetch. Com passagens profissionais por oito países, ele já foi ranqueado entre os principais executivos da tecnologia com menos de 30 anos pela Forbes. O CEO se diz otimista não só com o futuro da Flapper, mas também em relação ao ambiente de empreendedorismo no país. “Parei aqui e não saí mais, porque vejo o país com um potencial enorme nesse mercado de aviação executiva. E porque está sendo criado um grande ecossistema de startups e investidores”, observa. A principal aposta de Malicki para expandir o serviço da Flapper é integrá-lo a fontes externas de reservas, como agências de viagens e buscadores online, para que mais pessoas tenham acesso. E, no futuro, um sistema de assinaturas por um valor fixo e uso livre do sistema também deverá ser integrado.

Fonte: Revista PEGN

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