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MindMiners: um novo jeito de fazer pesquisas de opinião


O administrador Renato Chu queria fazer algo de que gostasse e tivesse potencial de se tornar um grande negócio – saiu do banco UBS para fundar a startup MindMiners.

O administrador de empresas Renato Chu, de 31 anos, e outros três amigos, fundaram em 2013 a MindMiners. A startup surgiu para resolver um antigo problema: como tornar mais transparentes e acessíveis as pesquisas de opinião?

As pesquisas de opinião sempre foram alvo de críticas. Basta ver a quantidade de artigos em sites, jornais e revistas discutindo os resultados de primeiro e segundo turnos das últimas eleições. Os críticos questionam da metodologia das pesquisas, a quantidade de pessoas entrevistadas para o levantamento (amostra) e até o poder que elas exercem sobre a formação da opinião pública. No mundo corporativo, as críticas estão relacionadas ao alto custo para a sua realização e ao tempo de coleta de dados e conclusão - muito lento.

A MindMiners coloca todo o processo de inteligência de mercado em um fluxo digital. Ou seja, usa muita tecnologia para criar os seus questionários e fazer a análise das respostas. A startup aplica TI para entregar pesquisas na metade do tempo médio da concorrência. E, segundo Chu, com custos até 30% mais baratos. "E o trabalho que poderia durar um mês num destes institutos de pesquisa , na MindMiners se concretiza em 15 dias ou até uma semana", diz Chu.

Deu tão certo que no ano passado, ela foi escolhida pelo LinkedIn como uma das 25 startups mais desejadas no Brasil. A avaliação do LinkedIn considerou quatro critérios: crescimento do quadro de funcionários, interesse de candidatos a vagas de emprego na companhia, engajamento do usuários com a empresa e seus funcionários, e nível de atração de talentos.

Os instrumentos dos mineradores

Os “mineradores de mentes”, como os Mindminers se autodenominam são um quarteto societário formado por Chu (31 anos), administrador de empresas pela FGV-SP; Lucas Melo (31), engenheiro de produção pelo Instituto Mauá de Tecnologia; Nicholas Mizoguchi (28), engenheiro da computação pela Unicamp; e Thomas Vilhena (29), engenheiro de sistemas eletrônicos pela USP.

Em 2014, eles levantaram uma rodada de capital anjo de R$ 500 mil para lançar o MeSeems, uma rede social de compartilhamento de opiniões e experiências, que bonifica com pontos (que se convertem em prêmios) os mais de 500 mil usuários que respondem as pesquisas sobre marcas, produtos e serviços.

No ano seguinte, com o crescimento desse produto, os empreendedores realizaram uma nova rodada de investimentos para começar ganhar dinheiro com a startup, via pesquisas de marketing. Nesta rodada, captaram aproximadamente de R$ 1 milhão.

O negócio foi se estruturando e a orientação de estratégias oferecida aos clientes passou a ser feita por duas frentes. A Insights se tornou propriamente o instituto de pesquisas digital. A Compass se tornou uma plataforma automatizada com metodologias certificadas por estatísticos, que permite ao cliente testar conceitos e campanhas por filtros de interesse.

Desde então, os clientes basicamente mantêm as receitas da empresa, que faturou na casa dos R$ 6,5 milhões em 2017 e deve saltar para 9,5 milhões de reais ao final desse ano. “É comum ver ciclos de animação e desânimo no time e mesmo entre os sócios, mas sabemos que isso vai e volta. Nunca pensamos em desistir. O importante é manter a resiliência e a constância durante a jornada”, revela Chu.

Para este ano, um novo produto deve ser lançado no mercado. Hesitante em revelar as especificidades, o CEO dá apenas uma lasquinha do que está minerando para a reportagem de StartSe: “Vai ser na linha de pesquisas com resultados em tempo real”, sustenta.

Empreendendo entre amigos

Renato Chu conta que uma de suas principais inspirações para se tornar empreendedor partiu de dentro de casa. Seu pai é um imigrante chinês, que chegou ao Brasil ainda criança, refugiado com o avô após a Revolução Comunista Chinesa, no final da década de 1940.

“Depois que meu pai cresceu e se estabeleceu, ele se tornou professor universitário e fundou uma consultoria estratégica. O fato é que ele começou uma vida do zero, em um país totalmente estranho, sem nenhum tipo de recurso, montou o próprio negócio e conquistou muito para nossa família”, diz.

Mas o sua veia empreendedora só apareceu após o descontentamento com o mercado financeiro, onde atuou durante três anos com fusões e aquisições pelo banco de investimentos suíço UBS. O jovem, guitarrista por hobby, queria mudar radicalmente seus rumos, como se dedicar a música profissional ou, no mínimo, fazer uma atividade que impactasse de verdade a vida das pessoas. “Algo que eu sentisse que desse sentido para minha atuação.”

Foi então que Chu buscou os velhos amigos, desde os tempos da Escola Waldorf, para montar a MindMiners ,e viver uma aventura que está mudando a vida do quarteto.

Um time de mineradores reconhecidos

A sabedoria do jovem capitão dos mineradores de mentes vai no reconhecimento do trabalho dos seus liderados, aos quais dedica boa parte das energias para manter a coesão dos times.

"O maior desafio de empreender é encontrar as pessoas certas, para as posições certas, no momento correto. Se você consegue atrair boas pessoas e engajá-las em torno de algo que faça o bem (para o mercado e para elas), a mágica acontece”, afirma o Chu.

Raio-X da MindMiners

Ano de fundação: 2013

Sede: São Paulo

Número de funcionários: 45

Ramo de atuação: Pesquisa de mercado digital para conectar marcas e consumidores.

Modelo de negócios: Instituto de pesquisas que oferece plataforma automatizada e rede social com mais de 500 mil respondentes.

Fundadores:

Renato Chu, 31 anos, administrador de empresas pela FGV-SP.

Lucas Melo, 31 anos, engenheiro de produção pelo Instituto Mauá de Tecnologia.

Nicholas Mizoguchi, 28 anos, engenheiro da computação pela Unicamp.

Thomas Vilhena, 29 anos, engenheiro de sistemas eletrônicos pela USP.

Por que fundaram a empresa: “Queríamos fazer algo que gostássemos, que valesse o nosso tempo e tivesse potencial de se tornar grande, que nos desse orgulho.”

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